segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Tratamento de Dengue clássica:


Tratamento da Doença: Infelizmente, ainda não há um tratamento específico para o dengue clássico, a versão menos grave da doença. O que os médicos fazem é combater os sintomas com hidratação, antitérmicos e analgésicos. Casos mais graves de dengue hemorrágica exigem internação e reposição líquida, para repor a perda de sangue. Mas a pessoa infectada deve beber muito líquido, descansar e evitar tomar anti-inflamatório e ácido acetilsalicílico (substância presente em remédios como Aspirina e AAS), porque eles alteram o mecanismo de coagulação, por isso deve ser evitado. Cuidado: não esqueça que se automedicar é uma atitude perigosa e totalmente desaconselhada.

Alimentação e Hidratação na Dengue: Algumas orientações são necessárias. Hidratação consiste no processo de ingerir água ou outros líquidos. No caso da dengue a febre é frequente e promove assim perda de água pelo organismo. Principalmente no estágio inicial a HIDRATAÇÃO É IMPORTANTÍSSIMA! Água fresca, nem quente nem muito gelada. É o melhor "remédio". A água de coco é poderosíssima nesse momento, pois contém potássio e outros elementos que auxiliarão na recuperação. Pode usar marcas confiáveis de água de coco vendidas em caixinhas nos supermercados. É mais seguro para se guardar na geladeira, uma vez que as que são adquiridas em garrafinhas nos horti-fruttis devem ser consumidas imediatamente. A esterilização das garrafinhas é duvidosa. Evitar também as que são vendidas nas carrocinhas de rua. Melhor ainda se forem extraídas diretamente do coco, abertas na hora de consumir. O volume de líquido a ser administrado deve ser o maior possível de acordo com a tolerância da pessoa. O recomendado é em média de 60 a 80 ml de líquido por quilo de peso dia. Assim, para uma pessoa de 60 kg o volume ingerido deve variar de 3,6 litros a 4,8 litros dia, nos primeiros 5 dias. A administração deve ser fracionada em pequenos volumes de forma a evitar náuseas e vômitos. Podem ser utilizados além da água e água de coco, os sucos e também reposição com soluções isotônicas tipo (Gatorade, Sport Drink, Sport Fluide, Sport Ade), além do soro de hidratação oral. Caso não consiga ingerir volume adequado devido à presença de náuseas e vômitos, procure um Serviço de Emergência para hidratação venosa.
ALGUMAS RECOMENDAÇÕES SOBRE A ALIMENTAÇÃO:
01 - Os sucos são bem vindos, mas quanto as frutas pode se oferecer a pessoa com dengue, frutas frescas com temperatura agradável (deixar resfriar na geladeira).O melhor é cortar em pedaços ou amassá-las.
Por exemplo: descascar a maçã cortá-la em cubos e oferecê-la imediatamente para que não escureça, amassar a banana, fazer uma papinha de mamão com caldo de laranja(neste caso somente se não houver diarreia), fazer sucos. Recursos como esses se tornam mais fáceis para promover a ingestão do alimento.
02 - Nesse momento não ofereça alimentos que sejam desagradáveis ao doente porque "são considerados muito importantes para a saúde". Se a pessoa não aceita e já está indisposta será ainda pior querer que coma o que não gosta de maneira forçada.
03 - Quem sente enjoos tolera alimentos frios bem melhor que os quentes. Não se quer dizer com isso que se estimule o gelado! Procure apenas resfriar o alimento.
04 - As comidas de sal também devem ser de preferência pastosas e de fácil mastigação, nos primeiros dias. Também respeitar as preferências da pessoa. As preparações devem ser oferecidas na forma bem cozida: arroz, carnes, frangos e peixes não devem estar "secos". Evidentemente não devem ser alimentos ricos em gordura, frituras, guloseimas que sejam de difícil digestão. Sugere-se purê de Inhame, abóbora, batata, batata doce entre outros. Feijão e arroz devem permanecer na dieta.
05 - Pessoas que tem preferência por algum alimento e este provoca flatulência (gases) devem evitá-lo. É comum muitas pessoas relatarem flatulência ao comerem feijão, pimentão, melão, etc. É importante observar e não comer. Quanto ao feijão muitos percebem a flatulência com feijão preto e não com outros tipos como o carioquinha, manteiga, branco etc. então, escolha o que não causa desconforto abdominal.
06 - As saladas devem ser oferecidas de maneira a ser fácil de mastigar.
Por exemplo: alface, tomate devem estar cortados, saladas são servidas frias, existem opções como salada de feijão fradinho, de macarrão argolinha, entre outras. Aqui é fundamental não utilizar os molhos cremosos, industrializados. Pode se utilizar o iogurte natural de consistência firme para a base do molho, nada de queijos gordurosos também, tempere com ervas, bem frescas e azeite de qualidade em pouca quantidade.
07 - Controlar o sal. O uso de sal em excesso promove maior necessidade de água pelo organismo.
08 - Nem pensar em bebidas alcoólicas.
09 - Crianças que gostam de biscoito dar preferência aos do tipo maisena, bolachas Maria, cream craker e evitar os recheados, os salgadinhos de pacote, os do tipo "amarelinho"...
10 -  Iogurtes também podem ser oferecidos desde que a pessoa já utilize o produto e marca anteriormente a dengue.
EM RESUMO:
O paciente deve ser mantido calmo e longe de estresse. A hidratação na dengue é de muita importância, mas o acompanhamento médico e com nutricionista são fundamentais. Só o médico poderá fazer a avaliação clínica do estágio do caso e suas devidas medidas de intervenção. Não oferecer alimentos novos ou que não sejam do gosto da pessoa. A alimentação deve ser rica em frutas, água de coco, tudo fresquinho, com qualidade e já conhecidos do doente. Mas nunca esquecer que o paciente pode mudar ter alteração, no paladar.


domingo, 21 de fevereiro de 2010





Dengue geralmente é uma doença febril aguda definida pela presença de febre e dois ou mais dos seguintes, dor retro-orbitária ou ocular, dores de cabeça, erupção cutânea, mialgia, artralgia, leucopenia, ou manifestações hemorrágicas (por exemplo, prova do laço positiva, petéquias; purpura / equimoses, epistaxe sangramento gengival;; sangue no vômito, urina ou fezes, ou sangramento vaginal), mas não encontro a definição de caso de dengue hemorrágica. Anorexia, náuseas, dor abdominal e vômitos persistentes podem também ocorrer, mas não são case-definição de critérios para o DF.


A dengue hemorrágica caracteriza-se por todas as seguintes características:
  • Febre com duração de 2-7 dias
  • Evidências de manifestações hemorrágicas ou uma prova do laço positiva
  • Trombocitopenia (≤ 100.000 células por mm3)
  • Evidência de extravasamento de plasma demonstrado pela hemoconcentração (aumento do hematócrito ≥ 20% acima da média para a idade ou a uma diminuição do hematócrito ≥ 20% da linha de base após a terapia de reposição de líquidos), ou derrame pleural ou ascite ou hipoproteinemia.




Síndrome do choque da dengue tem todos os critérios de DH mais insuficiência circulatória como evidenciado por:
  • Pulso rápido e fraco e pressão de pulso estreito (> 20mm Hg), ou
  • Age-hipotensão específicos e frio, pele pegajosa e agitação.

Critérios laboratoriais para o diagnóstico de definições de caso

  1. Confirmativo

    1. Isolamento do vírus ou detecção de antígeno específico arboviral ou seqüências genômicas em tecidos, sangue, fluidos cerebropspinal (CSF), ou outros fluidos corporais por reação em cadeia da polimerase (PCR), imunofluorescência ou imuno-histoquímica, ou
    2. Soroconversão de negativo para dengue anticorpos IgM sérica em uma fase aguda (≤ 5 dias após o início dos sintomas) espécime de positivo para dengue-anticorpos séricos de IgM específica em uma fase de convalescença espécime coletado ≥ 5 dias após o início dos sintomas, ou
    3. Demonstração de uma ≥ 4 vezes nos títulos de anticorpos IgG recíproca ou título de inibição da hemaglutinação para dengue antígenos em amostras duplas de soro aguda e convalescente, ou
    4. Demonstração de uma 4 ≥ vezes na origem PRNT (chapa teste de neutralização) redução de títulos ponto final (como expresso pela recíproca da diluição do soro passada mostrando uma redução de 90% na contagem de placa em comparação com o controle do vírus infectados) entre os vírus da dengue e outros flavivírus testados em uma amostra de soro convalescente, ou
    5. Virus-specific immunoglobulin M (IgM) demonstrada no líquor.
  2. Suposta / Provável

    1. Dengue-anticorpos IgM específicos presentes no soro, com uma relação P / N ≥ 2.
  3. Critérios para Epidemiológica Linkage

    1. Viajar para um país endêmico de dengue ou a presença no local, com foco em curso no seio duas semanas anteriores de dengue-como a doença, OR
    2. Associação de tempo e lugar com uma ou caso confirmado de dengue provável.



    Centers for Disease Control and Prevention
    Dengue Branch
    1324 Calle Cañada
    San Juan, Porto Rico
    00920-3860

Dengue & Clínica.



Febre indiferenciada: O primeiro curso clínico é um cenário relativamente benigno, onde o doente apresentar febre suave com os sintomas específicos que podem imitar qualquer número de outras doenças agudas febris. Eles não satisfazem os critérios para definição de caso DF. A apresentação não específica dos sintomas positivos difícil fazer o diagnóstico baseado em exame físico e testes de rotina sozinho. Para a maioria desses pacientes, a menos que o teste de diagnóstico sorológico e molecular da dengue é realizado, o diagnóstico permanece desconhecida. Esses pacientes geralmente são crianças mais jovens ou aqueles que experimentam sua primeira infecção, e eles se recuperar plenamente, sem necessidade de cuidados hospitalares.

Dengue Fever, com ou sem hemorragia: A segunda apresentação clínica ocorre quando um paciente desenvolve DF, com ou sem hemorragia. Esses pacientes geralmente são crianças mais velhas ou adultos e se apresentam com dois a sete dias de febre alta (ocasionalmente bifásico) e dois ou mais dos seguintes sintomas: dor de cabeça grave, dor retro-orbital do olho, mialgias, artralgias, uma difusa eritematosas máculo-papular, ea manifestação hemorrágica leve. Sutil, hemorragia epitelial menor, sob a forma de petéquias, são freqüentemente encontrados nas extremidades inferiores (mas pode ocorrer na mucosa bucal, palato duro e mole ou subconjunctivae também), ferimento fácil sobre a pele, ou o paciente pode ter uma prova do laço positiva. Outras formas de hemorragia, tais como epistaxe, sangramento gengival, sangramento gastrintestinal ou sangramento urogenital também pode ocorrer, mas são raros. Leucopenia é freqüente e pode ser acompanhada por diferentes graus de trombocitopenia. Crianças também podem apresentar náuseas e vômitos. Os pacientes com DF não desenvolvem extravasamento de plasma substancial (marca de FHD e SCD, veja abaixo) ou hemorragia clínica extensa. A sorologia para anticorpos anti-dengue IgM ou teste molecular para a dengue RNA viral ou o isolamento viral pode confirmar o diagnóstico, mas estes testes geralmente oferecem apenas a confirmação a posteriori, porque os resultados são geralmente não estão disponíveis até bem depois que o paciente se recuperou.
A apresentação clínica do DF e da fase precoce da dengue hemorrágica são semelhantes e, portanto, pode ser difícil diferenciar entre as duas formas no início do curso da doença. Com a monitorização de indicadores-chave, o desenvolvimento da DH pode ser detectado no momento da defervescence para que o tratamento precoce e adequado pode ser iniciado. A chave para o sucesso manejo de pacientes com dengue e reduzir a probabilidade de complicações médicas ou morte por dengue hemorrágica ou DSS é o reconhecimento precoce e tratamento antecipado.

Sintomas da dengue:

Sintomas
Os sintomas típicos de complicações (clássico) dengue começam geralmente com febre dentro de 4 a 7 dias depois de ter sido mordido por um mosquito infectado e incluem
  • Febre alta, de até 105 º F
  • Forte dor de cabeça
  • Retro-orbital (atrás dos olhos) dor
  • Severa dor articular e muscular
  • Náuseas e vômitos
  • Rash
A erupção cutânea pode aparecer durante a maior parte de seu corpo 3 a 4 dias após a febre começa, e depois desaparece após 1 a 2 dias. Você pode obter uma erupção segundo poucos dias depois.
Os sintomas da dengue hemorrágica incluem todos os sintomas da dengue clássica acrescidos
  • Dano aos vasos sanguíneos e linfáticos
  • Sangramento do nariz, gengivas, ou sob a pele, causando hematomas arroxeados
Essa forma da doença de dengue pode causar a morte.
Os sintomas da síndrome do choque da dengue - a forma mais grave da doença da dengue - incluir todos os sintomas de dengue clássico e febre hemorrágica da dengue, além de
  • Fluidos fora vazamento de vasos sangüíneos
  • O sangramento maciço
  • Choque (pressão arterial muito baixa)
Essa forma da doença geralmente ocorre em crianças (às vezes adultos) experimentam sua segunda infecção por dengue. É por vezes fatal, especialmente em crianças e adultos jovens.

Causa da dengue:


Causa da dengue:

A dengue pode ser causada por qualquer um dos quatro tipos de vírus da dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Você pode ser infectado por, pelo menos, duas, se não todos os quatro tipos em diferentes momentos durante a sua vida, mas apenas uma vez pelo mesmo tipo. 
O envio:
Você pode adquirir infecções pelo vírus da dengue a partir da mordida de um mosquito Aedes infectado. Mosquitos infectados quando mordem humanos infectados e, posteriormente, transmitir a infecção a outras pessoas mordem. Duas principais espécies de mosquito, Aedes aegypti e Aedes albopictus, Têm sido responsáveis por todos os casos de dengue transmitida no país. A dengue não é contagiosa de pessoa para pessoa. 


Dengue:Prof Gustavo Kouri, MD, PhD:


Dengue: vinte e cinco anos desde ressurgimento no Brasil.


Cad Saude Publica. 2009; 25 Suppl 1: S7-18.

Dengue: vinte e cinco anos desde ressurgimento no Brasil.

Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil. magloria@ufba.br
Este artigo revisita a epidemiologia da dengue no Brasil, 25 anos após o seu ressurgimento no país, discutindo os principais determinantes e implicações para seu controle. Os autores enfatizam as peculiaridades clínicas e epidemiológicas dessa doença viral no Brasil, que lidera o mundo em termos de número de casos notificados e risco de ocorrência da doença. O artigo apresenta as mudanças ocorridas no padrão epidemiológico da doença nos últimos anos, como a mudança repentina de idade na incidência de febre hemorrágica da dengue, e discute os possíveis fatores associados. O artigo centra-se especificamente sobre a epidemia no Rio de Janeiro, em 2008, o impacto deste episódio que a comunidade internacional, e o medo que a doença poderia se espalhar para a Europa. Os autores concluem que a situação atual reforça a necessidade de a comunidade científica internacional para renovar seus esforços para gerar conhecimentos que possibilitem a melhoria e progresso no desenvolvimento de novas ferramentas e estratégias para a prevenção da dengue.
PMID: 19287868 [PubMed - indexed for MEDLINE]


sábado, 20 de fevereiro de 2010

Dengue o livro.


La Utopía
Ella está en el horizonte.
Me acerco dos pasos, ella se aleja dos pasos.
Camino diez pasos y el horizonte se corre
diez pasos más allá.
Por mucho que yo camine nunca la alcanzaré
¿Para qué sirve la utopía?
Para eso sirve: para caminar
 Eduardo Galeano “Las palabras andantes
Sem alfabetização não há informação e não haverá uma participação social eficaz da comunidade, pois o povo unido e informado jamais é vencido. O primeiro direito intrínseco ao ser humano é o direito a educação, o que infelizmente não há em nosso país.  O combate ao analfabetismo é fundamental Sem saber ler, como a população entendera, participará das campanhas governamentais e principalmente como acreditara nelas? Além de poder cobrar uma ação efetiva de nossos governantes. O saber, o direito ao acesso a informação correta e o poder de confirmar-la acessado a internet hoje é fundamental. Já que o grau de confiança em nossos governantes é mínimo.  Sem a participação comunitária efetiva, a sua mobilização, nada será possível. A seguir vem o direito a alimentação, finalmente as condições sanitárias adequadas que levam a saúde. A dengue e um exemplo de doença dependente da interação de vários fatores: o meio ambiente, a expansão urbana e a superlotação da população, o aquecimento global, os funcionários e o vetor. A magnitude desta interação definirá a transmissão da dengue em uma comunidade, região ou país. Fato este ainda mais agravado, quando não ha uma capacitação adequada da equipe multidisciplinar que deveria erradicar a doença e tratar os enfermos. Fatores associados à transmissão da dengue: O vírus, seu vetor, sorotipo, genótipo, diversidade viral, densidade vetorial, etc. O homem  e sua vulnerabilidade: a idade, o sexo, a genética, a resposta imune, uma seqüência de infecções, enfermidades crônicas de base. Aspectos sociais, políticos e econômicos. A densidade populacional, a urbanização acelerada com a migração urbana, conglomerados de pessoas favorecen a transmissão, o incremento das viagens internacionais.  É muito importante frisar a deterioração da vigilância sanitária e entomológica, a descontinuidade do combate ao vetor, portanto a dengue e uma enfermidade emergente e sem controle. O que falar da falta de capacitação profissional, levando a uma situação medica deficiente e inadequada. Sem falar das altas hospitalares precoces ocorridas em 2009, ante um manejo inadequado do enfermo, houve acesso, mas não ocorreu inicialmente uma resolutividade e acompanhamento clínico adequado. O dengue é a mais importante doença viral transmitida por artrópodes em seres humanos. Grave problema de saúde pública causando elevados gastos. Necessário se faz uma melhor avaliação do custo econômico da doença. Podem ocorrer morbidade e mortalidade significativas caso não haja identificação precoce e acompanhamento adequado das formas graves.A mortalidade entre pacientes com dengue hemorrágica ou síndrome do choque do dengue pode chegar a 40% se não tratados.A identificação precoce da doença com monitoramento e fluidoterapia adequada reduz a mortalidade a 1%. A recuperação dos pacientes se dá em 24-48 horas sem nenhuma seqüela. A maioria dos óbitos ocorre por choque prolongado, hemorragia profusa, excesso de fluidos, insuficiência hepática aguda com encefalopatia isoladamente ou combinadas. A taxa de mortalidade é alta devida à escassez de equipes médicas experientes e capacitada.
FATORES DETERMINANTES NO COMPORTAMENTO DE BUSCA DE HOSPEDEIROS E DA INDUÇÂO DE PICADAS DO AEDES AEGYPTI.
O mosquito Aedes,  pertence a familia Culicidae, genero Aedes,  sub genero Stegomyia e a especie aegypti descrita por Linnaeus. De origem polifilética, com características convergentes (aspirase salivar) na evolução. O vírus da dengue e um arbovírus B da família Flaviridiae (gênero Flavivirus). No caso, sua via de transmissão e pela saliva durante a hematofagia. O artrópode ingere uma grande quantidade de sangue em um único repasto, até 02 vezes o seu peso antes da alimentação. Podendo completar o seu ciclo de ovo a adulto em 07 a 10 dias. A fêmea pode viver ao redor de 30 dias completando uns 10 ciclos gonadotróficos. A atividade anticoagulante das fêmeas do Aedes aegypti, é dirigida ao fator Xa. Para o sucesso, os animais hematófagos eles precisam bloquear as defesas hemostáticas do hospedeiro produzindo antagonistas que serão injetados através da saliva. A capacidade hematófaga é um fenômeno que surgiu independentemente diversas vezes no curso da evolução. O seu interesse pelos seres humanos (antropofilia), pois vive ou se desenvolve próximo ao homem (antropófilo) é bem conhecida, mas o padrão da distribuição da capacidade do vetor prover às necessidades de vida com o sangue do homem não é uniforme, uma vez que é modulado pelas características dos diversos fatores ambientais naturais e artificiais. Existem três teorias que tentam explicar a causa da preferência alimentar destes mosquitos. O determinante de busca de hospedeiros e da indução de picadas é o odor. A resposta aos odores ocorre dentro de uma estrutura de fatores externos e internos que influenciam o comportamento de seleção. Nesse comportamento, a ativação e orientação são sujeitas a condições ambientais, enquanto que o desembarque no hospedeiro é influenciado pela fonte específica: odor. Importante a detecção de CO2, do suor e do acido lático presente no hospedeiro. Este conhecimento pode ser utilizado para monitorar os mosquitos em programas de vigilância epidemiológica de controle de vetores e de aperfeiçoar os inseticidas. Os mosquitos podem se alimentar de todas as classes de vertebrados atingindo uma ampla gama de padrões alimentares, alguns alimentos só de mamíferos outros, em mamíferos e aves, outros exclusivamente de anfíbios e répteis. Do ponto de vista epidemiológico, os comportamentos mais importantes que determinam a capacidade dos mosquitos vetores de transmissão da doença estão quando encontram sangue e envolvida em colocar os seus ovos. Estas atividades são essenciais para a reprodução dessas espécies e de grande importância epidemiológica, pois são determinantes para o contato do humano-vetor, essencial para a transmissão de patógenos. Na literatura, existem 3 teorias que tentaram explicar a causa da preferência alimentar destes mosquitos. Determinantes do comportamento de busca de hospedeiros e da indução de picadas de mosquito. Em geral, os mais importantes processos fisiológicos são mediados pelo odor. A resposta dos mosquitos aos odores ocorre dentro de uma estrutura dada por fatores externos (chuva, vento, umidade e temperatura) e fatores internos (idade, sexo, estado fisiológico e preferências alimentares) que influenciam o comportamento de seleção a fonte do odor. Nesse caso, a ativação e orientação são sujeitas a condições ambientais (velocidade do vento, temperatura e intensidade da luz), enquanto que o desembarque no hospedeiro é influenciado pela fonte específico odor. Fontes de Odor: Respiração: Neste papel o dióxido de carbono é o principal componente que é liberado em vertebrados. Há também mais de 100 outros componentes voláteis identificados no processo de respiração. Urina: A urina de mamíferos contém uréia, enquanto as aves répteis e anfíbias e excretado ácido úrico. No caso dos peixes é amônia. Fezes: O odor dado por ácidos graxos e outros elementos. Emanações da pele: O cheiro é o resultado da interação entre a secreção de glândulas e bactérias presente e anexada ao cabelo, fornecendo um local perfeito para o odor. Encontrar-se também na pele das glândulas sebáceas e sudoríparas. Suor humano, incluindo: Água 99%%,uréia circulante no sangue,ácido láctico e sais inorgânicos. Glândulas Aroma: Muitos são os odores produzidos pela atividade microbiana e microflora da pele (fermentação). A função é o de beneficiar o hospedeiro, embora outras espécies como os mosquitos podem se beneficiar deste processo. Envolvimento de CO2: A percepção da presença de um hospedeiro potencial começa com a detecção de CO2 emitida por um vertebrado mamífero. Esta percepção faz com que o vôo dos mosquitos (fêmeas) possa ser direcionado para a hematofagia. Posteriormente, entram em ação substâncias muito voláteis, como os emitidos no suor (cheiro). Uma vez que os mosquitos tenham desembarcado no hospedeiro, estímulos de contato como temperatura e umidade do corpo através termorreceptores higroreceptores e as antenas são determinantes na tomada de decisão. O papel de CO2 na atração de mosquitos é mais bem documentado e foi estudado em laboratório e no campo em um grande número de espécies. Desde o primeiro relatório como um atrativo para os mosquitos, o CO2 tem sido utilizado em armadilhas (com e sem luz) para a captura e monitoramento de populações de mosquitos silvestres. A distinção entre o efeito atrativo de CO2 e do efeito de estímulo da temperatura e umidade do corpo para a picada foi reconhecida em 1963, congruente, a remoção de 95,5% do CO2 exalado por um ser humano, reduziu o número de mosquitos atraídos pelo anfitrião, enquanto que a proporção de mosquitos que já atraiu, ele estava tentando se alimentar de mesma. No entanto, em experimentos do mesmo tipo, a remoção do CO2 produziu uma redução maior na atração de Culex que do Anopheles, indicando que as espécies de anofelinos provavelmente usam também outros odores para localizar seus hospedeiros. Envolvimento de ácido láctico: Eles também têm sido relatados como chamarizes para anofelinos vetores da malária ou outros compostos presentes nas emanações humanas e animal, como a acetona, estradiol, cadaverina. Lisina e ácido láctico que é excretada pelo suor na pele dos seres humanos são o principal atrativo para o Ae aegypti. Ácido lático na pele humana é maior do que em outros mamíferos e diferenças na atração dos seres humanos pelos mosquitos (fêmea) está associada a diferenças nos níveis de ácido L-láctico. Estes níveis estão relacionados com a densidade da glândula sudoríparos presente, a sua atividade e as diferenças de ph. Os ácidos graxos são a quarta parte da superfície da pele humana. Estes ácidos são produzidos por fratura de triglicérides de glicerol pela ação de microorganismos, tem sido proposta como a causa dos diferentes níveis de atração entre os humanos. O efeito atrativo de ácidos graxos provenientes da pele humana também tem sido observado para o Ae aegypti, uma espécie claramente antropofílica. Tem sido demonstrada, que no sangue de humanos a presença do aminoácido isoluecina é baixo quando comparado com outro vertebrado o que permite a coleta de sangue em qualidade e quantidade adequada, além de formar os nutrientes para a gênese da gema (desenvolvimento de ovos) também pode acumular reservas que contribuam para o aumento da sobrevida do sexo feminino, juntamente com a atração de Aedes aegypti pelo ácido láctico que e excretado no suor e ácidos graxos provenientes da pele humana assegurando que esse vetor é eficaz no momento de transmissão de doenças como a dengue. Entre 300 e 400 compostos foram identificados a partir das emanações do corpo humano, e as quantidades produzidas por estes variam de pessoa para outra. Em extratos de suor 73 compostos foram identificados, dos quais 40 foram ácidos carboxílicos. Esta ferramenta pode ser usada para monitorar as populações de mosquitos em programas de vigilância epidemiológica, ou em combinação com inseticidas para aumentar a sua eficácia em programas de controle de vetores. O monitoramento ambiental é o primeiro elemento a se ter em conta para evitar ainda mais a proliferação do vetor. A Fiscalização Integrada de dengue a ser desenvolvida neste projeto é uma importante ferramenta para tomada de decisão a nível local. O vetor da dengue o mosquito Aedes egypti fêmea possui uma capacidade de adaptação extraordinária, pois vive usualmente a menos de 1000 metros sobre o nível do mar, mas é encontrada a 2400 metros acima do nível do mar. A dengue hoje e considerada uma doença dos países tropicais e subtropicais. mas anteriormente teve uma alta incidência nas regiões mais frias. Eles são depositados nas paredes do recipiente, acima da água, numa estreita interfase água – ar o que nos ajuda a entender sua presença numa grande diversidade de recipientes e a capacidade de depositarem numa oviposição (postura) seus ovos em ate 03 recipientes. A quantidade de ovos varia de 20 ate 120 ovos a depender de vários fatores. Medindo em media um diâmetro de 01 mm, inicialmente de cor branca que escurecem num prazo de 02 a 03 dias. A partir daí são capazes de resistir a temperaturas extremas e a dessecação por 01 ano ou ate mais! As larvas que emergem iniciam um ciclo de quatro estágios larvais, crescendo em mais de três mudas a partir de um comprimento de 01 mm em 06 ou 07 milímetros finais. Finalmente em seu estagio de pupa não necessitam de alimentação.  O ciclo completo de ovo a adulto, se completa em condições ótimas de temperatura e alimentação em 10 dias. Os machos nascem antes das fêmeas o que os obriga a permanecer perto da área de criação. Eles não vivem muito tempo depois de ocorrer o cortejo e a cópula, cerca de uma semana. Só se alimentam de néctares (néctar) ou de outros líquidos açucarados. Já as fêmeas possuem hábito alimentar diurno, nas proximidades de casas humanas, com alta afinidade para se alimentar de seres humanos. Mas se necessário se não houver seres humanos elas sobrevivem se alimentando de outros mamíferos. Existe a possibilidade das fêmeas grávidas infectadas com o vírus contaminarem seus ovos (transmissão vertical). Ela é capaz de realizar inúmeras posturas no decorrer de sua vida, já que copula com o macho uma única vez, armazenando os espermatozóides em suas espermatecas (reservatórios presentes dentro do aparelho reprodutor). Uma vez com o vírus da dengue, a fêmea torna-se vetor permanente da doença e calcula-se que haja uma probabilidade entre 30 e 40% de chances de suas crias já nascerem também infectadas. Finalmente, o vírus da dengue depende de interações entre a atmosfera, os funcionários, população e do vetor. A coexistência em um habitat específico. A magnitude e intensidade destas interações definem a transmissão de dengue em uma comunidade, região ou país. Uma proposta para se erradicar de imediato a endemia e reduzir à densidade do mosquito vetor a zero ou a uma cifra tão baixa que não constitua mais um perigo epidemiológico. Um órgão multidisciplinar efetivo que teria instrumentos legais que facilitem o trabalho na eliminação de criadouros em imóveis cujos moradores se recusam a atender os agentes, e em casas abandonadas ou fechadas. Que teria também a missão de evitar a introdução e a propagação de enfermidades transmitidas por vetores e incrementar os níveis de saúde e satisfação de nossa população mediante a vigilância eficaz e o controle dos vetores e hospedeiros intermediários. Os agentes da dengue realizariam pelo menos 02 visitas mensais as casas e locais de risco na região urbana. Incrementando a participação popular teremos uma ação autofocal, ou seja, ação para eliminar os possíveis criadouros do mosquito, realizada pela família em suas casas e os trabalhadores em seus trabalhos, com ênfase na eliminação dos depósitos não uteis. Sendo fundamental nesta ação o apoio, a capacitação das lideranças comunitárias que serão monitores neste processo, além de participarem nas decisões locais da forma de combater e erradicar o vetor. Programa de controle do Aedes aegypti: 1ª. Controle vetorial. 2ª. Ordenamento do meio ambiente, ante as alterações do ecossistema. 3ª. Vigilância constante e ininterrupta (Na vigilância teremos uma vigilância entomológica (vetores), epidemiológica e finalmente a vigilância comunitária). 4ª. Promoção da educação para a saúde e a capacitação. 5ª. Coordenação regional. 6ª. Coordenação gerencial e avaliação central. Enfim teremos uma ativa participação comunitária, um efetivo programa de erradicação dos vetores e o saneamento ambiental. A dengue e uma enfermidade sistêmica e dinâmica, o seu espectro clínico, inclui formas de manifestação assintomáticas e sintomáticas severas ou não severas. Depois da picada do mosquito com o vírus, os sintomas se manifestam após um período de incubação (do 3º ao 15º. Dia). A enfermidade pode começar abruptamente (o tempo médio da doença e de 05 a 07 dias). Podendo ocorrer então 03 fases: febril, critica e de recuperação. Importante ressaltar que com a defevercencia os enfermos podem melhorar ou piorar. Aqueles que melhoram depois da queda abrupta da temperatura (defevercencia) possuem dengue sem sinais de alarme. Já aqueles que pioram e manifestam os sinais de alarme possuem dengue com sinais de alarma. Na fase inicial febril temos normalmente: cefaléia, dor retro ocular, mialgia, artralgia, astenia, exantema, uma discreta dor abdominal, diarréia, náusea, anorexia e fotofobia que duram em media 03 dias. A seguir pode ocorrer uma melhora clínica, o dengue severo e o dengue com manifestações hemorrágicas leves associadas com: petéquias, epistaxe, gengivorragia, prurido, vômitos, hematúria, prova do laço positiva e sangramento vaginal. Fase crítica: Os sinais de alarme são o resultado de um aumento significativo da permeabilidade capilar podendo ocorrer uma dor abdominal espontânea ou a palpação, vômitos repetidos, acumulo de fluidos demonstráveis clinicamente, sangramento das mucosas, letargia, irritabilidade, hepatomegalia (>2 cm), ao laboratório um aumento do hematócrito e uma queda brusca das plaquetas (trombocitopenia). Podendo evoluir para um aumento da permeabilidade vascular, com uma perda acentuada de plasma que leva ao choque, aflição respiratória, sangramento severo e dano severo de órgãos. Usualmente dura de 24 a 48 horas. Dengue severo: Choque por perda acentuada de líquidos (plasma), com acumulo acentuado de fluidos e aflição respiratória grave, hemorragia severa e dano severo a órgãos (fígado, sistema nervoso central, coração). Marcadores da dengue severa: sinais de alarme clínico, alarme laboratorial e saída acentuada de plasma detectado pelo US.
Importante ressaltar o aprimoramento de anticorpos dependentes, que no caso de recém nascidos de mães imunes a dengue, aumentaram o risco de dengue grave (severa).
Fase de recuperação e convalescência: ocorre a reabsorção gradual de fluidos a partir do compartimento extravascular detectável pelo US. Nas seguintes 48-72 horas. Aumenta a sensação de bem estar, se estabiliza a hemodinâmica e melhora a diurese. O hematócrito se estabiliza e pode diminuir pelo efeito da diluição ante a reabsorção de líquidos. A recuperação das plaquetas e tipicamente mais tardia que os leucócitos. Critérios de alta hospitalar: ausência de febre por 48 horas melhora clínica evidenciada por um bem estar geral, apetite, hemodinâmica estável, diurese adequada e sem aflição respiratória. Normalização ou melhora dos exames de laboratório, com tendência ao aumento das plaquetas, usualmente precedido pelo aumento dos leucócitos e um hematócrito estável. Nunca se esquecer de solicitar antes da alta hospitalar um exame de US, que esteja normal. O US. E um método de diagnostico por imagem que auxilia o diagnostico clínico precoce da dengue severa e que deve ser utilizado de rotina pelos órgãos governamentais. Pois se utiliza um aparelho portátil de baixo custo e de fácil locomoção e uso. São realizados exames ecográficos detectando a saída de plasma e a sua reabsorção posterior, em pacientes com diagnóstico de dengue. Os achados ecográficos mais relevantes foram espessamento difuso da parede da vesícula biliar, ascite, esplenomegalia, hepatomegalia, líquido pericolecístico e derrame pleural. Na maioria das vezes a duração da doença e de 5 a 10 dias. Após o 5º. Dia alguns pacientes podem apresentar sangramento e choque. Frise-se que a reabsorção do plasma e muito rápida. Por isso é fundamental o reconhecimento precoce dos sinais ecográficos da dengue. Estes sinais de alarme que anunciam a eminência do choque na maioria das vezes duram algumas horas. Quando o choque se prolonga ou é recorrente se prolongando mais de 48 horas pode-se instalar uma síndrome respiratória grave por edema pulmonar não cardiogênico.  Os achados ecográficos são uma ferramenta adicional útil na confirmação de casos suspeitos de dengue severo e na detecção precoce da gravidade e da progressão da doença.  Além de demonstrar por imagem o grande risco durante a defervescência seguida da reabsorção do liquido contido na cavidade. Pois nunca se deve dar neste momento uma alta precoce ante o risco de edema pulmonar seguido de óbito. A dengue pode ser inaparente do ponto de vista clínico ou pode causar doença de intensidade variável, que vão desde dores febris a uma participação mais intensa do organismo levando à doença severa, choque e hemorragias. O importante e frisar que a gravidade não é pelo sangramento, mas evidenciada pelo extravasamento de plasma. Citando um trabalho do Dr. Eric Martínez Torres e colaboradores em El Salvador, quando estudaram a morte de 30 crianças com dengue entre 1999 e 2000. Em 20 dos 24 casos (83%) morreram durante os primeiros 3-D de internação, a condição associada com a morte foi choque hipovolêmico, às vezes associadas à hemorragia, coagulação intravascular disseminada, síndrome do desconforto respiratório por edema pulmonar não cardiogênico, danos múltiplos a outros órgãos (fígado, coração e rins) , as complicações foram recorrentes de choque ao invés de complicações da dengue. A associação com infecção bactéria deve ser ressaltada. A dengue é a morte e em grande parte evitável se prevenção de choque é tratada precocemente e de forma agressiva com solução cristalóide endovenosa e identificação de sinais de advertência que anunciam o início da deterioração clínica dos pacientes com dengue. Dos 30 casos estudados, 24 foram mortos em 0-72 h de internação e mais da metade (21 casos) foram encaminhados para o hospital vindo de outros hospitais. Todos tiveram febre e dores no corpo antes da admissão, manifestações gastrointestinais e se refere prurido e algum sangramento em metade dos casos. Os pacientes também tiveram algum sangramento durante o período de internação. Em 20 dos 24 casos (83%) que morreram durante os primeiros 3-D de internação, a condição a morte foi associada com choque hipovolêmico. Em 08 casos, a síndrome do choque foi associada com dificuldade respiratória. Neste período inicial de internação (0-72 h) também foram mortos 04 casos em que a hemorragia foi considerada a condição mais importante associado com a morte (sempre nestes casos, a morte ocorreu dentro de 48 h), como já tinham sido identificados sinais de choque. Quando a morte ocorreu após 72 horas de internação, a condição mais comum associado com morte foi a co-infecção (04 casos), com o foco de infecção pulmonar em 3 (pneumonia com derrame pleural ou sem isso) e meningoencefalite  purulenta no caso restante.  Outro paciente morreu após vários dias de internação  apresentando um quadro clínico de febre com a consciência danificada, e disfunção renal. Em todos os casos de autópsia, no exame macroscópico foi observada ascite e derrame pleural e discreto derrame pericárdico em 5 casos. Os pulmões estavam sempre com aparência hemorrágica, o fígado era suave e de coloração amarelada e metade do tempo foi visto o sangrado da cápsula do fígado. O baço era sempre congesto alargado e tinha uma consistência macia. Todos os órgãos estudados apresentaram edema e hiperemia. O choque foi, sem dúvida, a condição mais comum associado com a morte destes enfermos. Porque é um estado de falência que também pode induzir complicações sistêmicas como sangramento intenso, com ou sem CIVD e falência de múltiplos órgãos devido à síndrome de hipoperfusão / reperfusão com várias alterações funcionais que se sobrepõem e determinar a morte global do paciente. No choque da dengue, que é hipovolêmico por extravasamento maciço de plasma, ocorre através do endotélio, devido a vários mecanismos fisiopatológicos. O choque da dengue, ocorre de forma súbita, intensa e transitória, por isso poderia ser a causa extravasamento de plasma determinado pelo vazamento de citocinas pró-inflamatórias e outros mediadores  como E-selectina e ICAM-1 e lise de células endoteliais por apoptose após a ação de citoquinas. A própria ação de anafilotoxina resultantes da ativação do complemento também pode contribuir para choque. Os mecanismos fisiopatológicos que levam ao mesmo choque da dengue podem produzir edema pulmonar não cardiogênico, que se manifesta clinicamente como síndrome do desconforto respiratório que leva o paciente a morrer por afogamento em suas próprias secreções. Significativamente, a síndrome da angústia respiratória do adulto adultos e crianças. A ingestão excessiva de líquidos durante a fase de choque de repetição, que pode demorar 24 horas, é um fator de importância, especialmente se os colóides têm sido utilizados na tentativa de reanimação. As provas cada vez mais de lesão miocárdica nesses pacientes precisam levar em conta a possibilidade de um quadro de baixo débito, que coexiste com os mecanismos anteriormente referidos. O envolvimento do fígado por dengue expressa enzimas sérica aumentada de 05 vezes ou mais acima dos seus valores normais. 
É possível prevenir a morte pela dengue?
A demonstração de que o choque é a condição mais comum associado com a morte de crianças com dengue concorda com estudos realizados em crianças que morreram durante a epidemia de DEN-2 em Cuba em 1981. Quando se reconstruiu a história natural da doença sofrida pelo falecido, com menos de 15 anos, se constatou que o quarto dia foi o dia do acidente e no quinto dia foi o dia da morte, enquanto quase todos os pacientes tinham apresentado durante o terceiro dia de doença, vômito freqüente, dor abdominal, irritabilidade intensa e sustentada, ou sonolência, sinais que então eram considerados de "alarme" para anunciar o iminente choque. Devem-se utilizar energicamente soluções cristalóides. Esta medida terapêutica pode ser salva-vidas. Importante ressaltar o risco das transferências desnecessárias. Critérios para o tratamento: Se existe ou não fuga capilar, se for dengue clássica, existe ou não complicações? Se há ou não hemorragias graves, com ou sem choque. Devemos individualizar paciente a paciente apesar de usar algoritmos para orientação, alguns questionamentos deverão ser respondidos: é um caso de dengue ou trata-se de um caso clássico, com manifestações clínica atípica ou dengue hemorrágica? Essas perguntas devem ser respondidas no primeiro atendimento e nas avaliações seguintes porque um mesmo indivíduo pode apresentar clinicamente uma dengue clássica e horas, ou 02 ou 03 dias depois, ter um quadro típico de dengue hemorrágica, evoluindo para graus mais graves em poucas horas. Do mesmo modo a recuperação após cessar o extravasamento de líquidos poderá ocorrer de forma súbita e a manutenção de uma terapia de reposição de volume agressiva poderá produzir efeitos iatrogênicos graves. Deve-se observar que a fuga capilar em geral ocorre por um período de apenas 12 a 36 horas. Cardiopatas, pneumopatas, crianças que tenham convulsões, grávidas e idosas deverão ter um tratamento especifico para a febre, pois é sabido que nestes casos a febre poderá aumentar o consumo de oxigênio, induzir aborto ou ser teratogênica ou ainda induzir crises convulsivas. Deverá ser utilizado paracetamol em doses padrão a cada 6 horas. A dipirona poderá ser utilizada por via oral ou parenteral. O uso de paracetamol em doses elevadas esteve associado a casos graves de falência hepática pelo uso de altas doses. A hidratação é um ponto crucial no tratamento da dengue e febre hemorrágica da dengue. De uma forma ou de outra, todos necessitarão de suplementação hídrica. A hidratação deverá ser feita preferencialmente por via oral por ser mais fisiológica. No caso de surto epidêmico deverá ser criada uma sala de atendimento para pacientes com dengue. Nos pacientes com vômitos em grande quantidade ou com instabilidade hemodinâmica a via venosa deverá ser preferencial até que se estabilize o paciente. Nos casos graves a coleta de hematócrito seriado será o melhor indicador da necessidade da reposição hídrica.  Nos casos de choque a reposição deverá ser rápida para que não haja agravamento do caso e óbito. A percepção do choque se faz a partir do retardo do tempo de enchimento capilar, que estará acima de 2 segundos e da aproximação dos valores da pressão sistólica e diastólica. No dengue o choque poderá ocorrer com pressão sistólica de 100 mmHg, desde que a mínima seja de 85 mmHg. Isso se deve ao fato de, no início do choque por dengue, haver um aumento da pressão diastólica. Diante de um caso associado a choque a infusão de líquidos cristalóides deverá ser de 10 a 15 ml/kg por hora nas primeiras 6 horas, geralmente o paciente estará estável ao final e se poderá reduzir a velocidade de infusão para 5-10 ml/kg/hora nas próximas seis horas. A reposição de fatores de coagulação, como o plasma fresco e ainda albumina humana deverão ser desencorajados, exceção para casos de muita gravidade associados a choque refratário. O uso de aminas dopaminérgicas só deverá ser feito após vigorosa hidratação e os níveis pressóricos permanecerem críticos. Se o paciente estiver bem, aceitar a dieta, se o hematócrito normalizar, e a pressão arterial estiverem estáveis, a hidratação venosa deverá ser suspensa. Caso o hematócrito normalize ou atinja níveis baixos, mas surgir quadro de dispnéia, é possível que esteja ocorrendo à reabsorção dos derrames cavitário e em associação com a hidratação vigorosa, pode estar levando a um edema pulmonar. Neste caso a hidratação deverá ser suspensa e o uso de diuréticos indicado. Se o hematócrito apresentar queda importante, queda da pressão arterial ou taquicardia significativa é possível que esteja havendo hemorragia não exteriorizada, e que se deve pensar em hemotransfusão. Apenas nos casos em que se suspeite de sangramento no sistema nervoso central a transfusão de plaquetas deverá ser indicada, mesmo que os níveis de plaquetas estejam abaixo de 50 mil. O uso profilático de plaquetas não deve ser usado, sendo reservado para tratamento de sangramentos importantes, raramente presentes em casos de febre hemorrágica da dengue. A alta hospitalar será estabelecida pelo bom estado geral, retorno à alimentação, estabilização do hematócrito e nível de plaquetas acima de 50 mil.


PROTOCOLO DE DENGUE: Uma opinião.











PROTOCOLO DE DENGUE:

OBJETIVO: Informar, capacitar e orientar os profissionais de saúde em relação ao atendimento a pacientes com possibilidade de terem contraído o vírus da dengue.



INTRODUÇÃO: o dengue é um arbovírus, transmitido ao homem pela picada de um mosquito do gênero Aedes. É uma infecção aguda febril potencialmente grave. Existem 4 sorotipos desse vírus: 1, 2, 3 e 4. O dengue hemorrágico ocorre com maior freqüência e gravidade quando houve infecção prévia por outro sorotipo da doença atual, mas pode acontecer sem infecção prévia.
Uma resposta anômala do sistema imune provoca um aumento da permeabilidade vascular endotelial causando a elevação do hematócrito, queda da pressão arterial, choque hipovolêmico e plaquetopenia com manifestações hemorrágicas.
O choque e óbito podem ocorrer sem fenômenos hemorrágicos.
Sempre perguntar ao paciente a possibilidade de dengue prévia.

QUADRO CLÍNICO:
-        Forma clássica:
-        1) assintomática ou quadro gripal com apresentação súbita.
-        2) febre alta (3 a 8 dias)
-        3) cefaléia intensa
-        4) dor retro orbitária
-        5) mialgia
-        6) artralgia
-        7) náuseas e vômitos
-        8) diarréia
-        9) dor abdominal
-        10) exantema centrífugo escarlatiniforme ou máculo-papular
-        11) petéquias na pele e mucosa
-        12) episaxe, gengivorragia e hemorragia digestiva
-        13) prurido na fase de remissão do exantema.
-        Obs.: o período de convalescença pode levar semanas nas duas formas da doença com manifestações de astenia e depressão.
-         
-        Forma hemorrágica:
-        1) Inicialmente manifestações da forma clássica.
-        2) A partir do 2º ou 3º dia podem surgir manifestações hemorrágicas (petéquias, hemorragia digestiva, epistaxe, gengivorragias, metrorragias e outros sangramentos)
-        3) Hepatomegalia discreta e dolorosa
-        4) Choque e coagulação  intravascular disseminada

LABORATÓRIO NAS FORMAS GRAVES
-        Hematócrito: elevação de 20% acima do habitual ou mais de 45%
-        Leucopenia com linfocitopenia
-        Plaquetopenia inferior a 100.000
-        Transaminases: discreta elevação
-        Coagulograma alterado
-        Hipoproteinemia
-        Hiponatremia
-        Acidose metabólica.

-        Obs.: Excluir outras doenças infecciosas como choque séptico, meningite, endocardite e outras.

-        Obs.²: A prova do laço deve ser realizada, porém se for negativa não exclui a gravidade do quadro.


DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO:

-        Sorologia
-        IgM e IgG pelo método ELISA a partir do 6º dia de febre. Caso seja negativo repetir após 14 dias. O teste é positivo a partir do 5º dia da doença em 80% dos casos. O IgM pode permanecer positivo por 2 a 3 meses.


-        Detecção do vírus:
-        1) Isolamento do vírus (a partir do 4º dia de doença), por cultura.

-        2) Detecção do genoma viral por RT-PCR (reação em cadeia da polimerase empregando transcriptase reversa).



Febre da Dengue Classica:

Dengue
(Febre da Dengue) 


Classicamente, uma doença aguda autolimitada (tipicamente com duração de 5-7 dias), caracterizada por febre, prostração, cefaléia, mialgia, erupção cutânea, linfadenopatia e leucopenia, que é causada por quatro tipos de vírus de dengue antigenicamente relacionados, porém distintos. A dengue ocorre epidêmica e esporadicamente na índia, japão, áfrica ocidental, região do mediterrâneo oriental, sudeste da ásia, indonésia, nordeste da austrália, polinésia, Caribe, e norte da américa do sul. Ela é transmitida pela mordida de mosquitos infectados do gênero aedes, especialmente A. aegypti, A. albopictus, A. polynesiensis, A. scutellaris e A. hakanssoni. (Dorland, 28ª ed).









Uma síndrome que afeta principalmente crianças, distinguida da dengue clássica por manifestações hemorrágicas, incluindo trombocitopenia e hemoconcentração, que é causada pelos mesmos quatro sorotipos de vírus dengue. A classificação da OMS de acordo com a gravidade é grau I, febre, sintomas constitucionais, e teste do torniquete positivo; grau II, grau I mais sangramento espontâneo dentro da pele, gengivas, trato gastrintestinal e outros locais; grau III, grau II mais insuficiência circulatória e agitação; e grau IV, choque profundo com pressão e pulso indetectáveis. A síndrome de choque de dengue compreende os graus III e IV. (Dorland, 28ª ed).

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